Monday, May 17, 2010

Contracapa do livro

Apresentação do livro na contracapa


The Icarus Challenge 4 by ~MichelAngeloNOW on deviantART
Aos 12 anos, eu já estava completamente apaixonado pelo mundo do surfe. Aos 15 anos, eu já fazia as minhas próprias pranchas. Aos 18, quando só conhecia as praias pelas ondas e vivia obcecado pela evolução do design de pranchas de surfe, o meu primeiro sucesso técnico como shaper se transformou numa experiência mística. Uma prancha com qualidades assombrosas para a época foi roubada e um contato com outra dimensão começou a revelar a verdadeira natureza da minha vida. Aos 20 anos, de súbito, desenhos com características renascentistas surgiram em meio aos rabiscos infantis que sempre fazia. Todos identificavam a arte de Michelangelo Buonarroti (1475-1564) nas estranhas imagens que criava movido por uma inexplicável saudade. Experiências psíquicas revelavam que havia algo a ser compreendido no que estava acontecendo, mas eu seguia com a vida de surfista e shaper de pranchas porque esse era o meu mundo conhecido. Aos 22 anos, em fevereiro de 1983, recordei uma situação emocional muito dolorosa: eu revivi a morte de Vittoria Colonna (1490-1547) diante de mim. A realidade da descoberta íntima foi confirmada por registros históricos, e, aterrorizado, me reconheci como o próprio Michelangelo. Logo em seguida, um sonho anotado em um papel me foi entregue. Por trás da narrativa simbólica desse sonho, havia o convite de outra dimensão para que eu assumisse a minha identidade renascentista diante de todos acreditando apenas na emoção pela morte da Vittoria Colonna. Nesse momento, a mensagem da outra dimensão para mim estava completa: Ícaro, Contemplação e Sonho. Apesar de reconhecer a realidade transcendente que estava vivendo, eu queria continuar a ser Carlos Eurico Poggi. A única saída foi pesquisar a tridimensionalidade da minha representação escultórica de nu masculino para achar a comprovação geométrica da minha identidade artística. O que eu não aceitava era que a solução do meu dilema existencial estava em contar para todo mundo o absurdo que eu estava vivendo desde 1983. A busca pela prova racional da minha identidade renascentista custaria a destruição da minha própria vida. Eu deveria ter acreditado apenas na emoção pela Vittoria! Eu deveria ter acreditado apenas na mensagem: Ícaro, Contemplação e Sonho!