Tuesday, November 2, 2010

E agora, galera? Como é que vai ser?

The Resurrection - Study for a figure - The Rapture
Olá Pessoal
Voltando à reação das pessoas em 2008, quando comecei a divulgar a minha história de vida, um comentário em especial, apesar de já esperado, aponta qual será o ponto central da minha guerra espiritual, ou melhor, qual será o campo de batalha da chamada "guerra de MABUS".
Um falso amigo daquele ano levou os DVDs do meu filme doc "Ícaro, Contemplação e Sonho" para mostrar a quem ele reconhecia como "intelectual". O cara era um desses intelectualóides boçais de universidade que disse que não viu nada demais na arte apresentada no filme. Para ele, "os caras (artistas profissionais) fazem todos aqueles desenhos que eu faço no filme e, por isso, é absurdo eu me julgar ser o próprio Michelangelo baseado na minha arte de desenhar". Além do desdém imediato pelo meu desenho, que há décadas observo neste tipo de gente, a reação do sujeito é emblemática porque revela dois fundamentos básicos da estupidez: rejeição automática à minha história e uma completa ignorância sobre a estética da figura humana expressa pelo meu desenho.
Eu sei que ninguém considera a minha experiência da lembrança da morte da Vittoria Colonna, mas foi isso o que me revelou ser o próprio Michelangelo e há uma lógica emocional por trás desta situação que prova a sua realidade. Por outro lado, quando vivi essa experiência em 1983, o meu desenho era tosco, estranho (apesar de já refletir a minha arte da vida italiana) e tudo o que fiz nos anos seguintes foi deixar o desenho que fazia por intuição crescer para saber até que ponto a coisa de "ser Michelangelo" iria continuar se expressando. A verificação da identidade na arte foi feita na escultura e não no desenho. Além disso, no meu íntimo, não há nenhuma conexão entre a minha autopercepção como o próprio Michelangelo e qualquer expressão artística. Bastam estes esclarecimentos para avaliarmos o tamanho da truculência e ignorância do intelectualóide boçal.
Entretanto, no início dos anos 1990, quando comecei a analisar a qualidade e verificar a origem do que eu havia produzido em desenho, uma pergunta fundamental saltou aos meus olhos: seria possível o aprendizado e treino de tudo o que o movimento automático de minha mão expressa quando desenha? Vejam bem que, nesta pergunta, não estou questionando o fato de eu ser o próprio Michelangelo (isso está ligado à lembrança da Vittoria Colonna e envolve a minha vida desde criança), nem estou questionando o meu autorreconhecimento através arte, que foi atingido na escultura. Com esta pergunta, queria apenas elucidar o ponto onde os boçais de plantão encontram coragem de momento para me atacar.
Enfim, os anos foram passando e esta pergunta sempre se repetia na minha cabeça toda vez em que estava diante de uma situação que a evocava nos ambientes de arte que frequentei. Como não tinha planos de me apresentar como o próprio Michelangelo (o que explicaria o meu conhecimento artístico) jamais respondia às ignorâncias que me atravessam os ouvidos. No final da década de 1990, a internet estava bem mais desenvolvida e a minha busca por um artista vivo que desenhasse por intuição a figura humana com as mesmas informações estéticas que eu ganharam dimensão planetária. Antes, eu vivia em bancas de jornais e bibliotecas buscando a singularidade do meu traço em trabalhos de arte que, por ventura, fossem publicados.
Mesmo quando, na década de 2000, comecei a ganhar dinheiro em carnaval e tentava me modificar artisticamente para esquecer a minha identidade como Michelangelo, nunca deixei de prestar atenção nos desenhos de figura humana que passavam diante mim. Sempre olhava com atenção e avaliava o nível de conhecimento anatômico e o tipo de representação de espaço criado pelo traço: a análise destas duas características de um desenho são suficientes para entender como a figura humana foi elaborada. E eu não encontrava nada, absolutamente nada, que sequer chegasse próximo da reconstrução metafórica expressa em meus nus, que mistura estatuária greco-romana e domínio completo de anatomia, nem das composições repletas de narrativas clássicas e teológicas típicas da minha vida italiana.
Bem, infelizmente, não pude seguir com os meus planos de enterrar a minha identidade Michelangelo. Queria voltar a ser o surfista que sempre fui mas, em 2008, o meu mundo já estava virado do avesso. A defesa contra a fúria do Além foi explicar porque sou Michelangelo para todos. Todavia, nesta mudança de postura na vida, a única razão que me fazia ficar calado diante das ignorâncias dos intelectualóides boçais desapareceu! O jogo de aparências que me mantinha sob o controle do senso comum e permitia que idiotas soltassem bravatas ao gosto da moda sem serem incomodados acabou! Pior: o ato de declarar ser o próprio Michelangelo me colocou numa situação sem retorno e sempre à espera pelo ataque furioso dos intelectualóides boçais da realidade oficial. Mas não me sinto acuado, pelo contrário, agora estou MUITO à vontade! Turbinado pela destruição da minha juventude, o meu único prazer até o final da vida vai ser a destruição espiritual do mundo dos intelectualóides boçais!
E agora, galera? Como é que vai ser? Como é que vai ser com eu, solto por aí, batendo no peito ao proclamar a identidade Michelangelo aos brados para toda a Humanidade? Alguém tem dúvidas sobre o que vai acontecer com os intelectualóides boçais que aparecerem no meu horizonte?
E agora, galera?? Como é que vai ser??? Alguém vai se habilitar a discutir comigo a questão fundamental sobre o meu desenho? Alguém acredita que seria possível o aprendizado e treino de tudo o que o movimento automático de minha mão expressa quando eu desenho?
Alô, você, intelectualóide boçal! Considere-se satisfeito por discutir desenho comigo, porque escultura não está ao seu alcance!
Muita gente me pergunta por segredos que eu possa estar guardando além da minha óbvia arte. Ora… vão tomar no cu! Agora, galera, quem tiver disposição, ou me enfrenta com exemplos e fazer artístico ou fica calado e engole a própria ignorância, como muitos já estão fazendo (veja o blog http://michelangeloisback.blogspot.com/). Quem quiser pagar para ver (e estou disposto a apostas bem altas), saiba que estou aqui, e por toda internet, ESPERANDO!!!

1 comment:

  1. Isso ai Poggi se expressa mesmo...sem medo!não duvido de nada...se vc sente mesmo isso nao tem ninguem que irá provar ao contrario o que vc realmente é!

    beijos,

    Alana

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