Monday, February 25, 2013

25 de Fevereiro

25 de fevereiro, 1979.
Era o último domingo de fevereiro, 1979, quando o inacreditável roubo da minha prancha mágica aconteceu. Por que era inacreditável? Porque eu juro que sabia como a minha vida iria acontecer e que nunca haveria uma prancha mágica roubada. E eu nunca iria começar a desenhar como um velho mestre da Renascença italiana dois anos depois. Foi loucura quando corria atrás da minha prancha naquela areia quente! Lembro-me de flashes de imagens em minha mente mostrando como seria a minha vida ... se a prancha não fosse roubada. A carreira bem sucedida como designer de prancha de surf, dois casamentos e um final de vida muito feliz. Não havia nada me mostrando como Michelangelo
reencarnado e sempre lembrando a morte de Vittoria Colonna. No final daquele dia, 25 de fevereiro de 1979, eu sabia lá no fundo que estava entrando em um universo novo. Eu me lembro do medo enquanto chorava, e um amigo não entendia tal desespero. 
O meu desespero era por causa de um "sentimento" que me revelava que o surf não seria mais parte da minha vida. O meu desespero era por causa de uma "voz" que me disse durante a corrida na areia quente: "você tem que entender quem você é". Eu simplesmente sabia que a vida que sonhava para mim estava fodida para sempre. Mas eu estava determinado a reprimir o sobrenatural dentro de mim.
25 de fevereiro, 1983.
Eu não sei exatamente o que aconteceu em 25 de fevereiro de 1983. Talvez tenha sido o dia em que li a frase no livro confirmando que vi Vittoria no dia em que morreu. Fiquei completamente perturbado após a lembrança da morte dela na primeira semana de fevereiro. Eu estava em um processo de auto-descoberta que iria decidir a minha vida inteira.
O problema sobre esta data, 25 de fevereiro, eu iria descobrir em 1986: era a consciência da minha culpa nos eventos que levaram Vittoria Colonna à
morte. As pessoas pensam que a liderança dela no grupo chamado Spirituali decidiu o seu destino, mas a situação real não tinha nada a ver com Teologia. Ela teria sido uma figura muito preciosa para a Igreja como uma rebelde arrependida.
O fato: eu e Vittoria eramos como casados. As pessoas sabiam que era o retrato dela ao lado de Cristo no Juízo Final. As pessoas sabiam que ela era uma espécie de co-autora do Juízo Final. Este enorme escândalo estava prestes a acontecer quando os criminosos da Igreja decidiram abafar tudo na base da força e da violência. Todo mundo foi obrigado a manter silêncio absoluto ou teria de enfrentar a pena de morte.
A cena da morte de Vittoria Colonna foi uma farsa teatral exibida para a sociedade de Roma. A lembrança da minha surpresa e reação diante do corpo morto dela revelou a situação e isso me assombra a vida desde 1986.

No comments:

Post a Comment