Friday, February 8, 2013

O "Dilúvio Universal" revelado!!! - 2

Está bem claro agora o que eu quis dizer no meu livro sobre rir histericamente quando eu comecei a pintar o teto da Capela Sistina. Todo mundo sabe que foi no "Dilúvio Universal" que aprendi a pintar afresco. Levava horas e horas para pintar pequenas figuras e o resultado era uma merda. Mas havia algo sobre o papa que eu não tinha percebido antes, quando ele vistoriava o que eu estava desenhando naquele teto: o papa não enxergava detalhes a uma certa distância!!! Depois de estar totalmente certo de que o papa era cego para detalhes quando perto demais da pintura, solicitei algumas alterações nos andaimes só para obrigá-lo a observar as pinturas naquela distância inadequada para a sua compreensão visual. E desde então, eu passei a ter a situação perfeita para fazer o que eu quisesse naquele teto da Capela Sistina! =D

De volta a 1983:
A experiência espiritual da lembrança da morte de Vittoria Colonna estava muito além de qualquer consideração lógica, mas a análise diária acontecia com a lógica boçal da minha mente aos 22 anos. Aos poucos fui percebendo que o tipo de desespero que eu senti não estava descrito em qualquer livro. Desde o início de tudo em fevereiro de 1983, estava muito claro para mim que eu tinha acabado de descobrir o topo de um iceberg emocional, cuja origem estava na minha infância e a transcendia de uma forma que não imaginava ser possível. O nome Vittoria Colonna provocava uma raiva incontrolável e um sentimento enorme de ser traído por todos. As descrições sobre a morte dela sempre me soavam como um "vamos manter as aparências". O meu desespero sempre me levava a uma única conclusão: a morte dela foi violenta. Só isso poderia explicar a minha revolta.
Todavia, a experiência espiritual que atestaria a verdade sobre a morte da Vittoria não iria ocorrer no dia seguinte nem no outro. Mas eu sabia que havia algo gigante dentro de mim para ser vomitado em breve. E fosse o que fosse, iria transformar o meu senso de realidade para sempre.

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